Carimbeite, baseite e não volteite!

Em alguns pavilhões era este o lema!

Expo98! Esse grande evento internacional realizado, se a memória não me falha, em 1998!
Visitei algumas vezes mas a última noite foi a que mais me marcou.

Éramos 3! Hora de partida: não me lembro! Transporte: Silverarrow (aka Ford Fiesta prateado) até a Avenida de Roma onde ficou estacionado, seguído de uma viagem de Metro até ao recinto da Expo98.

Entrada efectuada e começaram as hostilidades. Mochila ás costas com as sandes e garrafas de água e o objecto em cima retratado na mão!
Objectivo número um era conhecer (ou pelo menos tentar!) os pavilhões mais importantes e que ainda não tinha visitado. Objectivo número dois, carimbar o passaporte! Tudo começou como brincadeira, mas depois tornou-se num vício. Ao entrar no pavilhão de um determinado país, a primeira coisa que os nossos olhos tentavam ver era onde estava o senhor(a) com o carimbo para validar o nosso passaporte, embora muitas das vezes eras tu próprio que carimbavas. Depois de carimbado, aí então tentava-se ver se existia mais alguma coisa de interesse nesse pavilhão. Os filmes, as fotografias, os objectos típicos de cada país e tudo que que achassemos interessante. Ainda me lembro de um papel escrito junto de um objecto que dizia assim: "Inca Game" (tem mais piada se lerem como se fosse uma única palavra!). A desilusão era quando naquele determinado país não havia carimbo! Esse país descia consideravelmente no meu ranking de importância. Um país sem carimbo, onde é que isto já se viu!
Depois havia aqueles países (a maior parte!) onde o lema era o do título deste post: "Carimbeite, baseite e não volteite!". Imaginam porquê! Eu cheguei a ver pavilhões que tinham sanitas em exposição! Nesses casos, penso que propositadamente, pelos responsáveis, o carimbo estava logo á porta de entrada, evitando assim entrar no espaço.

Final de tarde e decidimos ir para a fila do pavilhão da Realidade Virtual! Aí desesperámos um bocado pois a espera foi longa. Diz que nesse dia estava lá muita gente! Aí sentados no chão, um de nós recebeu gratuitamente de um senhor, uma flatulência com som bem perto da cabeça provocando, primeiro um ar de espanto entre nós seguida de uma risada pegada. Pavilhão visitado toca de ir comer alguma coisa.

Visitou-se mais uns pavilhões, leia-se, carimbou-se mais um pouco o passaporte, viu-se os Olharápos, aquela cena do fogo de artificio no meio do rio (aquilo tinha um nome! Ajudem-me!), e gente a gritar por alguém que se tinha perdido! (Vejam lá o que vão comentar!)

Concerto de encerramento, Silence Four! Aquilo é que era cantar aquelas letras... Ainda não acabou! Não. Comprar Gold Strike servidos em tubos de ensaio e vamos ali ver aqueles rockabillies a tocar! Fotos com os tubos de ensaio vazios enfiados no nariz, apreciar os carimbos no passaporte e pensar em ir para casa!

"Sim, esperamos pelo primeiro Metro da manhã!", alguém sugeriu. Chegados á estação do Oriente e pelas pessoas que lá estavam deveriamos apanhar o Metro lá para as 11 da manhã. A fila para os táxis dava duas voltas á estação do Oriente. Nenhuma das esperas era solução, pois eu tinha um exame marcado ás 9 horas no hospital.
Solução encontrada: a pé até qualquer sítio onde pudessemos arranjar transporte até ao Silverarrow. A caminhada começou, juntamente com algumas centenas de pessoas que tinham pensado o mesmo que nós. Talvez 1 ou 2 km's a pé e numa rua escura um de nós viu aquelas luzinhas verdes no tejadilho de um carro. Uma pequena corrida em direcção ao carro, pois se o deixassemos aproximar muito alguém nos roubava a solução para o nosso problema. Sim, era o Táxi que nos salvaria. Entrámos e quando dissemos qual o nosso destino o taxista mudou logo de expressão mas nada comentou. Chegados ao destino, encheu-se de coragem e reclama: "Se soubesse que era para aqui (entendemos, que se referia a uma viagem tão curta!) não vos tinha apanhado!". Azar! Pensámos nós.

"Casa, here we go!" Chegado a casa, banho rápido e lá vou eu a caminho do hospital.

Enfermeira: "Tente não se mexer, durante uns 10 minutos!"
Eu: "Ok."
(Passados 10 minutos.)
Enfermeira: "Desculpe! Acorde!"
Eu: (uma mancha de bába na maca. esfrego os olhos.) "Sim.... Hã..... Snherk!! Já está?"

Até nem-eu-sei-quando!